quarta-feira, 25 de julho de 2012

Nem às paredes confesso


Eu estava lendo o post "Quem não tem segredo?" no blog do Rick, e por vários dias não consegui parar de pensar nos meus; não "segredos quaisquer", mas aqueles que realmente fazem a diferença em mim.
Peguei papel e caneta. O que eu considero "meus segredos"?
O que tenho pra contar sobre mim quando eu estiver com meu "príncipe", o merecedor de todas as minhas confissões?


Comecei a fazer tópicos e a escrever, uma por uma, as coisas que estão guardadas lá no fundo da minha mente, que aconteceram no meu passado e que estão bem vivas no meu presente.
Algumas delas jamais foram ditas em voz alta, talvez nunca sejam, e fiquem ecoando na minha cabeça pelo resto da minha vida. Não considero um fardo grande, afinal eu mesma esqueço delas, as vezes.
Minha surpresa foi enorme ao notar que, de tópico em tópico, de segredo em segredo, consegui preencher uma folha grande de caderno, frente e verso.
Foi uma tarefa interessante. Revivi muitas coisas e lembrei de outras tantas que eu nunca deveria esquecer. É um exercício que eu recomendo.

Você tem segredos, não tem? Todos temos. Mas até que me saio muito bem ao manter aqueles que  são inconfessáveis.
Sei manter os segredos de outras pessoas também. Afinal, as vezes tudo o que precisamos é que alguém nos escute e nos dê uma consideração sobre o que foi falado. E o mais engraçado é que, felizmente, com o tempo, eu acabo esquecendo dos segredos que me contam. No caso, não precisam me matar após me contarem algo.

PS: Não, né? Claro que eu não ia contar segredos aqui.


*Para fins de direitos autorais, declaro que imagens usadas no post foram retiradas da internet e os autores não foram identificados.




sábado, 21 de julho de 2012

Vou casar

Sim, eu vou casar, aliás, eu  casei.
Antes de explicar como isso aconteceu, quero dizer que você também devia se casar, e não importa se já tem um marido ou uma esposa.
Bom, quando se fala em "casamento", no que você pensa?
Provavelmente pensa em comprometimento; pensa em amor, em respeito, em intimidade; certo?
Desde sempre - quase que inconscientemente - nos comprometemos a respeitar nossos pais, a não sabotar nossos amigos, a não abandonar nosso bicho de estimação, a ser fiel ao namorado. E assim, vamos "casando" com esses seres ao longo da vida.

"Eu (…) prometo ser-te fiel,
amar-te e respeitar-te,
na alegria e na tristeza,
na saúde e na doença,
todos os dias da nossa vida..."

Mas o casamento no qual eu entrei, e que eu proponho a você também, é o seguinte: Case-se consigo mesmo.
Comprometa-se a se amar - com suas qualidades e defeitos -, comprometa-se a respeitar os seus limites, a se aceitar e se achar sexy mesmo com aqueles quilos a mais ou aqueles fios de cabelo a menos. Comprometa-se a ficar do seu lado, estando em boa situação financeira ou não, estando com ótima saúde ou não; prometa pra si que não vai se abandonar, que será mais tolerante consigo, que irá melhorar seus pontos fracos para poder ser mais feliz. Prometa que irá acordar com um sorriso mesmo quando for uma segunda-feira cinzenta e a sua cara estiver toda amassada; prometa rir de si mesmo quando você estiver se achando chato. Jure que será fiel aos seus valores, que não irá se boicotar, que irá se estimular a ir além. Permita-se tentar compreender suas limitações e a sentir TUDO de bom e de ruim que suas atitudes podem proporcionar e APRENDA com isso.

Você quer alguém que te prometa amor, respeito, consideração? EU TAMBÉM! Mas primeiro temos que ter isso por nós mesmos.
Você quer um namorado que te ame, te proteja, te respeite; mas você não se ama, não se protege e se sabota. Entende a contradição?
Ao ser egoísta a pessoa nem ama a si mesmo nem ama as outras pessoas. Porém, ao ter amor próprio, você se ama de tal forma que entende que se você não é perfeito (mas ainda assim merece amor) por que as outras pessoas precisam ser "perfeitas" para serem merecedoras da felicidade? Você entende que você merece ser respeitado por suas dificuldades e defeitos; e terceiros também.
Você entende que você pode E DEVE melhorar seus pontos fracos; e por que as outras pessoas não teriam uma segunda chance?

Case-se consigo, e viva em paz pelo resto da sua vida.

PS: Queridos rapazes, que por ventura ficaram tristes com o título do post, eu AINDA estou solteira. ;D

*Para fins de direitos autorais, declaro que imagens usadas no post foram retiradas da internet e os autores não foram identificados.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Depende da interpretação

Eu estava no banho, apreciando o som que vinha do rádio - sem ser atrapalhado por nenhum ruído que uma casa com mais pessoas teria.
De repente começou a tocar uma música que eu gosto, composta por Lobão e interpretada na voz do próprio, de nome "Me chama". Essa música é conhecida na voz dele e na de Marina Lima, apesar de ter sido regravada por muitos. Particularmente, prefiro na voz dela.
Me apeguei a aquele início da música e então notei algo que nunca tinha notado tão a fundo: A diferença na interpretação entre Marina e Lobão.
A versão que eu ouvi na voz do lobão foi a do Acústico MTV. Mas ainda assim, na versão original dos anos 80 é possível perceber, até certo ponto, o que eu vou falar.

Pra começar, a letra da música é a seguinte:

Me Chama

Chove lá fora e aqui tá tanto frio.
Me dá vontade de saber; aonde está você?
Me telefona... Me Chama! Me Chama! Me Chama...

Nem sempre se vê lágrima no escuro.
Lágrima no escuro, lágrima...

Tá tudo cinza sem você... Tá tão vazio...
E a noite fica sem porque...

Aonde está você?
Me telefona... Me Chama! Me Chama! Me Chama...

Nem sempre se vê mágica no absurdo.
Mágica no absurdo; mágica!...
Nem sempre se vê lágrima no escuro.
Lágrima no escuro, lágrima!...






A interpretação dele é visceral. Ele começa - de um modo meio indignado - a cantar que a pessoa não está com ele, mesmo sob as tais circunstâncias de tudo parecer frio e vazio, parecendo achar isso uma traição.
Em seguida, pede de forma pacífica para que a pessoa diga onde se encontra, que lhe dê atenção.

Sem obter sucesso, ele canta o trecho seguinte de modo alarmante, por não ser compreendido. Por nem sempre conseguirem compreender a situação da maneira que ele enxerga.

Ele volta a dizer - ainda de forma "incrédula" e meio enraivecida por a pessoa não estar ali - que sem a outra pessoa, o mundo ficou vazio e sem cor.
Pra em seguida usar um tom de voz que chega a implorar pela atenção que não se tem.
E novamente dar um guinada, e usar toda a potencia vocal pra gritar que nem sempre conseguem compreendê-lo. Que nem sempre conseguem ver a beleza e agruras das situações, do modo que ele enxerga.



Só é possível ouvi-la no próprio site do YT.

A interpretação de Marina é mais triste. Canta como quem não pede nada, não espera nada. Está apenas divagando pelo próprio pensamento, e simplesmente constatando - de forma conformada - o fato de estar sozinha numa situação difícil.

Em seguida ela pede "me telefona, me chama..." sem demonstrar ter nenhuma esperança de ser ouvida ou de que seus desejos sejam atendidos.

Quando chega a parte do "nem sempre se vê lágrima no escuro/ nem sempre se vê mágica no absurdo", ela não demonstra a indignação nas palavras, da forma como Lobão o faz. É mais como um lamento por não poder dividir as impressões que ela tem da situação.



O que quero dizer com isso tudo??
QUE TUDO DEPENDE DA INTERPRETAÇÃO. QUE A FACA PODE TER DOIS GUMES.
O que uns veem com fúria, outros podem ver com certa ternura, ainda que ambos estejam no mesmo barco.

PS: Sim, para quem não é acostumado, num primeiro momento a aparência de "louco varrido cheirador de pó" do Lobão dá um susto na gente.


*Para fins de direitos autorais, declaro que imagens usadas no post foram retiradas da internet e os autores não foram identificados.
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